Trabalhar na Itália: como funciona o contrato de trabalho, salário e direitos
- Andrea Cruz
- há 3 dias
- 3 min de leitura

Mudar-se para a Itália é o sonho de muitos brasileiros — e uma das primeiras perguntas que surgem nesse processo é: como funciona o trabalho por aqui? Entender os tipos de contrato, os direitos garantidos e as obrigações legais é essencial antes de aceitar uma proposta ou começar a procurar emprego.
Se você está se preparando para trabalhar na Itália, este artigo vai te ajudar a compreender o que muda em relação ao Brasil e o que você precisa saber para estar legalmente protegido.
1. Contrato de trabalho na Itália: o que você precisa saber
Na Itália, os contratos de trabalho são regidos pelo Código Civil Italiano e pelos Contratti Collettivi Nazionali di Lavoro (CCNL), que funcionam como convenções coletivas específicas para cada setor (como comércio, indústria, serviços, turismo etc.).
Os principais tipos de contrato são:
Tempo indeterminado (contratto a tempo indeterminato): é o mais estável e o mais desejado, pois garante maior proteção ao trabalhador.
Tempo determinado (contratto a tempo determinato): tem duração específica, geralmente de 6 a 12 meses, podendo ser renovado dentro dos limites previstos em lei.
Tempo parcial (part-time): comum em setores como hotelaria e comércio. O trabalhador tem direitos proporcionais à carga horária.
Contrato de estágio ou aprendizagem (tirocinio/apprendistato): voltado a jovens e recém-formados, com regras específicas e remuneração diferenciada.
Em todos os casos, o contrato deve ser formalizado por escrito, descrevendo funções, horário, remuneração e enquadramento no CCNL correspondente.
2. Jornada de trabalho e remuneração
A jornada padrão na Itália é de 40 horas semanais, distribuídas em cinco ou seis dias, dependendo do setor. Horas extras (straordinari) são permitidas, mas precisam ser remuneradas conforme previsto no CCNL da categoria.
O salário na Itália é definido pelos acordos coletivos e varia conforme a função, o setor e a região do país — não existe um salário mínimo nacional fixado por lei, como no Brasil.
Além do salário mensal, o trabalhador italiano pode receber:
Tredicesima mensilità (13º salário): pago geralmente em dezembro.
Quattordicesima mensilità (14º salário): prevista apenas em alguns setores, paga em junho.
Premi di produzione: bônus por produtividade, conforme o contrato coletivo.
3. Direitos trabalhistas e benefícios
Os direitos básicos do trabalhador na Itália incluem:
Férias anuais pagas: no mínimo quatro semanas por ano.
Descanso semanal: geralmente no domingo, com direito a folga compensatória se trabalhar nesse dia.
Baixa médica: garantida com apresentação de atestado, custeada parcialmente pela Previdência (INPS).
Licença maternidade e paternidade: com afastamento remunerado conforme regras do INPS.
Contribuição previdenciária e seguro-desemprego: descontados automaticamente do salário, dando direito a benefícios futuros.
TFR (Trattamento di Fine Rapporto): uma espécie de indenização paga ao final do vínculo trabalhista, calculada sobre todo o período trabalhado.
Esses direitos são válidos para todos os trabalhadores com contrato formal (contratto regolare), sejam italianos ou estrangeiros com permissão legal para trabalhar.
4. Impostos e contribuições
O trabalhador na Itália contribui com uma parte de seu salário para a Previdência Social (INPS) e paga imposto de renda (IRPEF), retido na fonte pelo empregador.Essas contribuições garantem o acesso à aposentadoria, seguro-desemprego, auxílio-doença e outros benefícios do sistema italiano.
5. Documentos necessários para trabalhar legalmente
Para trabalhar na Itália, o estrangeiro precisa ter:
Permesso di soggiorno válido com autorização para trabalho;
Codice Fiscale (equivalente ao CPF brasileiro);
Inscrição no INPS e no INAIL (Previdência e seguro contra acidentes de trabalho, geralmente feitas pelo empregador).
Sem esses documentos, o trabalho é considerado irregular, o que pode gerar problemas sérios tanto para o trabalhador quanto para o contratante.
6. Atenção para quem vem do Brasil
Muitos brasileiros chegam à Itália com o sonho de conseguir um emprego rapidamente, mas acabam aceitando ofertas sem contrato formal ou com condições que não seguem o CCNL.Isso é arriscado — sem contrato, não há garantias de salário, férias, licença médica ou aposentadoria.
Por isso, é fundamental verificar se o contrato é regular, se o empregador está registrado e se todas as cláusulas estão de acordo com a legislação italiana vigente.
7. Planejamento é essencial
Antes de aceitar uma proposta de trabalho ou iniciar sua busca por emprego, é importante entender como o mercado funciona, quais documentos você precisa organizar e se o tipo de permesso di soggiorno que você possui permite o trabalho.
Um bom planejamento pode evitar dores de cabeça e te colocar no caminho certo para uma vida estável e legal na Itália.
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